Cada vez mais, o cooperativismo tem criado laços com a nova geração brasileira. Mas como vencer o desafio de fazer isso de forma ainda mais efetiva? A resposta está na prática!
Foi com essa ideia que a arena Integração Juventude protagonizou a 15º edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), que aconteceu em agosto deste ano. Na ocasião, 3 mil jovens puderam conhecer, entender, aprender e se inspirar com esse modelo de negócio.
Entre eles, um grande grupo trazido pela Associação Profissionalizante do Menor de Belo Horizonte (Assprom), uma entidade filantrópica que , desde 1975, profissionaliza e orienta adolescentes e jovens de famílias em situação de vulnerabilidade social, por meio dos programas socioassistenciais. Seus programas têm como objetivo a inclusão social e o exercício da cidadania plena. A Associação atende, permanentemente, cerca de 3000 adolescentes e jovens, na capital e interior de Minas, em parceria com órgãos públicos e empresas privadas.
Composto por educadores sociais e adolescentes estudantes, a participação se tornou uma oportunidade enriquecedora, tanto para a instituição quanto para os adolescentes. Ao vivenciar o princípios do movimento cooperativista, o retorno dos jovens foi super positivo, que reforçaram a experiência como “a grande chance de explorar novas ideias” e algo “diferente de tudo que já tinham visto”.
O presidente da Assprom, Carlos Cateb fez questão de registrar que incentivar o interesse dos jovens por atividades empreendedoras foi o grande impacto positivo dessa experiência. E, em conversa com a MundoCoop, ele traz um pouco mais sobre os desafios e importância de aproximar as novas gerações do cooperativismo!
Confira!
Quais são os benefícios dessa participação para os negócios e os movimentos cooperativistas?
Optamos por envolver esses jovens porque acreditamos na importância de engajá-los desde cedo em iniciativas, que promovam os valores da cooperação, inclusão social e cidadania.
Os benefícios dessa participação são inúmeros. Para os negócios e o movimento cooperativista, é essencial preparar e capacitar as novas gerações para que entendam e contribuam com a filosofia cooperativista.
Ao vivenciarem experiências como essa, os jovens têm contato com líderes, especialistas e debates de alto nível, o que os ajuda a desenvolver uma mentalidade mais colaborativa e empreendedora. Isso, sem dúvida, fortalece o ecossistema cooperativista e oferece novas perspectivas para os próprios jovens, que podem se tornar agentes de transformação em suas comunidades.
Quais foram os desafios de conectar esses jovens com o universo das cooperativas?
Os desafios principais foram garantir que os jovens estivessem preparados para interagir em um ambiente de alto nível, com temáticas complexas e muitas vezes novas para eles. Mas, ao mesmo tempo, o retorno foi extremamente positivo.
Os jovens demonstraram grande interesse, participaram ativamente e voltaram com uma visão mais ampla sobre o cooperativismo, as inovações e as possibilidades de crescimento profissional dentro desse modelo.
Para a Assprom, esse tipo de envolvimento reforça nosso compromisso com a formação integral de nossos adolescentes, não apenas como futuros profissionais, mas como cidadãos conscientes de seu papel no desenvolvimento econômico e social.
Quanto às dificuldades, o maior desafio é garantir que os jovens compreendam a relevância e o potencial do cooperativismo em um contexto de mercado cada vez mais competitivo e individualista. Para superar isso, trabalhamos com estratégias de engajamento que conectam o cooperativismo às realidades e interesses da juventude. Utilizamos metodologias modernas de ensino, aliamos tecnologia e inovação às nossas abordagens, e promovemos um ambiente de diálogo aberto, onde os jovens possam expressar suas ideias e contribuir ativamente.
Qual é a importância das cooperativas e do cooperativismo na transformação da realidade dos jovens?
As cooperativas e o cooperativismo desempenham um papel fundamental na transformação da realidade dos jovens, especialmente em termos de capacitação e desenvolvimento profissional.
O cooperativismo promove valores como colaboração, solidariedade, responsabilidade e empreendedorismo, que são essenciais para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com o bem-estar coletivo. Para os jovens, essa filosofia oferece uma visão diferenciada do mercado de trabalho, em que o sucesso está atrelado ao crescimento conjunto e ao impacto positivo na comunidade.
Do ponto de vista da capacitação, as cooperativas são ambientes propícios para o desenvolvimento de competências técnicas e habilidades sociais. Ao se envolverem no cooperativismo, os jovens têm a oportunidade de aprender na prática sobre gestão democrática, participação ativa, liderança, tomada de decisão e sustentabilidade. Esses conhecimentos são fundamentais para que eles não apenas se insiram no mercado de trabalho, mas também possam inovar e propor soluções em suas áreas de atuação.
Quais são as contribuições desses eventos para o cooperativismo?
Participar desses eventos amplia o horizonte dos jovens, permitindo que eles interajam com líderes cooperativistas, conheçam experiências inovadoras e adquiram uma visão global das possibilidades dentro do setor. Além disso, o contato com outros jovens e com profissionais experientes cria uma rede de apoio e colaboração que pode se estender por toda a vida profissional.
Esses eventos são verdadeiros laboratórios de ideias e de troca de experiências, que inspiram os jovens a assumirem papéis ativos no movimento cooperativista. A longo prazo, isso contribui para a criação de líderes mais engajados e capacitados, que terão um impacto direto na transformação econômica e social das suas comunidades.
Qual o impacto de conectar a nova geração ao movimento cooperativista?
Conectar a nova geração ao movimento cooperativista tem um impacto profundo e duradouro. Ao integrar os jovens ao cooperativismo, estamos cultivando uma mentalidade colaborativa e empreendedora desde cedo. Isso não apenas prepara esses jovens para serem profissionais mais conscientes e socialmente responsáveis, mas também garante a sustentabilidade do movimento cooperativista no longo prazo. A nova geração traz inovação, novas perspectivas e energia para o cooperativismo, ajudando a revitalizar e expandir o impacto social e econômico desse modelo.
Na Assprom, temos investido em programas de formação que introduzem os jovens aos valores e práticas do cooperativismo, oferecendo experiências concretas e oportunidades de desenvolvimento. Além de workshops, eventos e parcerias com instituições cooperativistas, incentivamos a participação dos jovens em congressos e fóruns do setor, como o Concred. Essa vivência é essencial para que eles vejam na prática como o cooperativismo pode ser uma ferramenta de transformação social e de geração de oportunidades.
Quais são os projetos futuros?
Para o futuro, nossos planos incluem expandir essas iniciativas e fortalecer as parcerias com cooperativas e outras entidades ligadas ao setor. Queremos ampliar o acesso dos jovens a capacitações e experiências cooperativistas, criando ainda mais oportunidades de formação profissional e de protagonismo social. Nosso foco é preparar essa nova geração para se tornar líderes do cooperativismo, aptos a enfrentar os desafios do mercado e a construir um futuro mais justo e solidário.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop